Newsletter #039 - 07/03/2021

 Newsletter publicada em 07/03/2021. Para receber a Newsletter no dia correto na sua caixa de e-mail, inscreva-se no link abaixo


Olá a todas e todos

 

Muito obrigado por se inscreverem, lerem e acompanharem a nossa newsletter semanal. Essa é a Newsletter #039

 

Se quiserem passar para os amigos, o link para preenchimento do formulário de inscrição é: https://forms.gle/bQLz561Y2kqUfnhdA. As Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br).

 

Essa semana tivemos 3 novos inscritos aqui. Somos em 269 agora!!!!! Sejam bem-vindos: Leonardo, Felipe e Natalia!!!!

 

Como vocês já sabem, temos uma campanha no “Apoia.Se” para mantermos os nossos canais de divulgação científica gratuitos sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), ciências, meio ambiente, economia e a vida em geral, com dicas, novidades, comentários, e muito mais, semanalmente nessa Newsletter e no Podcast e também no Facebook, Instagram, Telegram e Youtube. A campanha, para quem quiser contribuir está no site http://apoia.se/ecdambiental

 

Agradeço demais aos agora 32 apoiadores atuais, principais responsáveis pela manutenção dos nossos canais de divulgação, sem a ajuda deles, talvez não fosse possível dedicar todo esse tempo ao podcast e à essa Newsletter. Muito obrigado a vocês!!!

 

Ábila de Moraes, Allan Umberto, Atila Pessoa, Bruno Bezerra, Calvin Iost, Cristina Maluf, Denise Oliveira, Diego Silva, Fabiano Rodrigues, Felipe Nareta, Filipe Ferreira, Heraldo Giacheti, João Paulo Dantas, Juliana Mantovani, Larissa Galdeano, Larissa Macedo, Leandro Freitas, Leandro Oliveira, Lilian Puerta, Luana Fernandes, Luciana Vaz, Marina Melo, Roberto Costa, Rodrigo Alves, Sergio Rocha, Tamara Quinteiro, Tatiana Sitolini, Wagner Rodrigo, Willem Takiya, e mais 3 apoiadores anônimos.

 

O nono episódio da 2ª temporada do Podcast Áreas Contaminadas (#045) foi ao ar na última quinta (04/03), e foi um episódio dedicado ao amor. Nele eu falo com o casal Tamara Dias Quinteiro e Filipe da Costa Ferreira, ambos Engenheiros Ambientais da Arcadis. Eles sempre colaboram muito conosco nos canais, comentando, discutindo, indicando materiais, enfim, são pessoas muito queridas

Foi uma conversa super divertida e agradável, falamos das trajetórias deles, juntos e separados, do histórico do GAC, afinal, a história do Filipe se entrelaça muito com a história da Servmar e consequentemente com história brasileira do GAC, falamos do futuro tecnológico que nos aguarda no mercado, de sustentabilidade, de inovação, de boas práticas, lições aprendidas e com uma conclusão interessante e motivadora que trabalhar com GAC contribui e faz bem à sociedade. Como temas mais técnicos, falamos de investigação, médias de condutividades hidráulicas, remediação termal, inovações, formação do profissional, sustentabilidade, e muitas outras coisas. Afinal, nesses tempos que vivemos, é bom ver que o amor ainda pode vencer. Como diria o poeta: “Why can't we give love that one more chance?”

 

Confiram os perfis deles no Linkedin: 

Tamara: https://www.linkedin.com/in/tamara-dias-quinteiro/

Filipe: https://www.linkedin.com/in/filipe-da-costa-ferreira-26936824/

 

Gostaria de retomar alguns assuntos aqui, que tratamos lá no podcast:

- A Servmar, para quem não conhece, é uma consultoria que atua com áreas contaminadas pelo menos desde o início dos anos 2000, e teve uma fortíssima atuação no início do processo de investigação de passivos em postos, bases e revendedores de combustíveis. Foi uma das empresas, senão a principal, que sempre apoiou os cursos de Pós-Graduação do SENAC, inclusive financiando com bolsas alguns alunos. Foi muito legal conhecer um pouco da origem dessa empresa que já foi uma das maiores potências no nosso segmento, hoje é controlada por um grupo investidor, mas foi idealizada por uma família de trabalhadores com muitas ideias na cabeça e muita vontade de fazer as coisas acontecerem. Eles deixaram um belo legado e nós, do mercado, temos muito a agradecer a esses fundadores.

 

- O “Bombinha”, para quem não conhece, era a função de um técnico que ia nos sites em remediação para verificar e arrumar tudo: ele ajeitava as bombas de captação, ou a posição do drop tube do MPE, ou removia manualmente a fase livre, com bailer ou com uma bombinha. Acredito que na última década tenha diminuído o uso dessa mão de obra, mas pelo menos até 2010 era realmente muito comum e, para quem trabalhou nessa função, deve ter sido um tremendo aprendizado.

 

- Calcular a Condutividade Hidráulica Média não tem sentido. Primeiro porque calcular a média de dados que variam em ordens de grandeza não representa o fenômeno em questão. Segundo porque, se há variação em ordens de grandeza, não estão medindo a mesma unidade hidroestratigráfica, e não podem ser agrupados. Mas a CETESB está certa em pedir slug test em todos os poços, até para que o consultor perceba que os dados não conversam uns com os outros e isso deve ser levado em conta nas discussões.

 

Semana que vem, o 46º episódio, que irá ao ar no dia 11/03, eu mostrarei uma conversa com Fernanda Alkmin Guedes, Engenheira Ambiental e de Segurança no Trabalho, especialista em Higiene Ocupacional da Arcadis. Falaremos sobre um aspecto muito importante dos trabalhos de GAC, por vezes esquecido e relegado a um segundo plano, a Saúde e Segurança do Trabalhador no GAC.

Enquanto esperam, vejam o perfil dela no Linkedin: https://www.linkedin.com/in/fernanda-aguedes/  

 

Como já falei algumas vezes, existe a possibilidade de alguém se inscrever em uma disciplina avulsa desse curso que é Plano de Intervenção em Sistemas de Remediação, com 32 horas, totalmente online com aulas às terças à noite, entre 23/03 e 11/05. Essa informação não está clara no site, quem tiver interesse, escreva para possantoamaro@sp.senac.br ou, se preferirem, me escrevam no marcos@ecdambiental.com.br para eu ajudar no processo. Até agora já apareceram alguns interessados e estão providenciando as matrículas. As vagas são limitadas.

 

Falando em SENAC, ontem começaram as aulas da 8ª Turma do curso de Pós-Graduação em Remediação de Áreas Contaminadas, com um debate muito interessante sobre o panorama do mercado de GAC, e depois uma aula de revisão de conceitos do meio físico. Bem-vindos!!!!!

 

Recentemente assisti à uma aula muito boa do Filipe Gimenes e do Rodrigo Cunha sobre Avaliação de Risco à Saúde Humana (ARSH) e aprendi uma coisa que eu nunca tinha pensado e gostaria de compartilhar com todas e todos vocês: mesmo com todas as SQIs na área com concentrações em fase dissolvida abaixo dos padrões legais de potabilidade, mas acima dos LQs, é possível que exista risco à saúde humana, portanto, esse risco deve ser calculado e quantificado. Mas como? Você deve estar se perguntado, da mesma forma que eu fiz. Imagine, por exemplo 4 SQIs que causem risco carcinogênico para o cenário de ingestão de água. Em um mesmo ponto, no centro de massa, por exemplo, nas 4 SQIs, as concentrações estão acima dos LQs e abaixo dos VOR. Calculando-se o risco para cada uma, obtém-se o valor 5 x 10E-6, ou seja, individualmente elas não apresentam risco (como já era de se esperar, uma vez que não ultrapassam os padrões). Porém, quando somadas, o risco para quem beber aquela água passa a ser de 2 x 10E-5, ou seja, ultrapassa o limite de 1 x 10E-5, portanto, há risco de ingestão de água subterrânea ali. Eu não imaginava isso, pode ser que muita gente que me lê agora também não, portanto, recomendo que passem a considerar essa possibilidade nas suas ARSH daqui por diante.

 

Falei bastante aqui sobre o curso promovido pelo SENAC e AESAS sobre LNAPL. Vou aqui falar um pouquinho sobre as principais conclusões desse curso, na minha visão:

- Não existe o pancake model, ou seja, o LNAPL não fica “flutuando acima do aquífero”. Esse entendimento muda muito do que entendemos e praticamos na investigação e remediação de áreas contaminadas por LNAPL;

- O LNAPL coexiste em poros contendo ar e/ou água e, por mecanismos diferentes, migra verticalmente, podendo atingir muitos metros abaixo do nível de água;

- O principal fator que atua para que haja LNAPL “aprisionado” na zona saturada, ou “trapeado”, de acordo com a tese do Marco Pede, é a flutuação no nível de água. Ao rebaixar o nível de água o LNAPL consegue “vencer” o ar do solo e migra para baixo. Aí, quando o NA sobe, a água ocupa as paredes dos poros, deixando o LNAPL no que agora é zona saturada. Como no Brasil há muita flutuação do NA, certamente há muito LNAPL trapeado, portanto, imóvel que não entra nos poços de monitoramento;

- A migração lateral do LNAPL é decorrência direta da pressão de entrada, ou seja, à fonte primária. Uma vez cessado o vazamento, o LNAPL não tem pressão suficiente para migrar lateralmente;

- Se não existe pancake model e se existe LNAPL trapeado em grande quantidade, não se pode utilizar “Poções”, ou seja, poços de monitoramento de seção filtrante longa não afogada, como ferramenta de identificação da presença do LNAPL, pois frequentemente eles fornecem resultados falsos negativos;

- As ferramentas consagradas para identificação semiquantitativa do LNAPL são LIF (UVOST) e OIP, com muitos trabalhos científicos publicados que os referenda;

- Essas duas ferramentas, para serem validadas, foram comparadas com a aquisição do dado direto, quantitativo, para a verificação da presença do LNAPL, ou seja, a amostragem de solo. Portanto, a amostragem de solo é uma ferramenta adequada para a identificação do LNAPL;

- Obviamente deve-se realizar a amostragem de solo de perfil completo, incluindo a zona saturada, pois é lá que o LNAPL trapeado estará, caso esteja presente;

- A amostragem de solo é imprescindível mesmo após realizada a avaliação semiquantitativa com UVOST ou OIP, porém, nesses casos, podem ser realizadas menos pontos de amostragens de solo. No caso de não haver OIP ou UVOST disponíveis, a amostragem de solo com alguns cuidados extras dá conta da investigação;

- Não basta amostrar o solo de qualquer forma, a amostragem deve ser representativa da geologia, então, essa amostragem deve ser feita por cravação contínua (Direct Push) preferencialmente utilizando liner (obrigatório para o caso de investigação de LNAPL que contenha voláteis) e com o furo de sondagem revestido. Recomendo o Dual Tube. Em segundo plano, o Piston Sampler, a seguir: Single Tube revestido por Trados Ocos Helicoidais; e Single Tube manual concomitante com sondagem manual utilizando revestimento para as situações em que não houver a possibilidade do uso de equipamento mecanizado;

- Nas amostras de solo, deve-se realizar varreduras verticais. Recomendo: uso de luz UV-A (por exemplo, a Caixa Preta de Luz UV-A), identificação dos voláteis, preferencialmente com aquecimento em campo (recomendo a VVVAC, descrita em outras Newsletters e na minha tese); coleta de muitas amostras para análise química de TPH (tipicamente 1-2 amostras por metro em áreas fonte, mas a decisão deve ser no campo);

- Deve-se coletar amostras para análises granulométricas, uma para cada unidade hidroestratigráfica, para que se relacione o LNAPL com o meio físico;

- A união dos resultados de: luz UV-A, VVVAC, resultados do TPH, descrição geológica e análises granulométricas permitirá um adequado modelo conceitual (chamado de LCSM por Suthersan et al., 2015);

- Os resultados de TPH em solo permitirão o cálculo da massa total de LNAPL;

- Nas unidades hidroestratigráficas mais relevantes (maior possibilidade de fluxo e/ou maior possibilidade da existência de LNAPL), instalar poços de monitoramento, mas esses poços devem estar cada um em uma UH específica. Se o LNAPL for móvel o suficiente, ele vai migrar para o poço de monitoramento, caso contrário, será LNAPL não-móvel;

- Nos poços instalados que apresentarem LNAPL móvel, fazer um ensaio de transmissividade do LNAPL pelo protocolo da API. Isso vai dar a porcentagem de LNAPL que será recuperável por métodos convencionais de extração (bombeamento, extração multifásica, entre outros);

- Esses resultados permitirão que seja dimensionado o projeto do ensaio piloto para remediação, caso o resultado seja positivo, ou seja, se houver LNAPL recuperável;

- Em algumas situações, não há LNAPL móvel (não entra no poço) ou não é recuperável. Nesses casos, pode optar-se por técnicas alternativas, uma delas, que deve ser avaliada quanto à aplicabilidade é a Natural Source Zone Depletion (NSZD);

- Junto com o parâmetro mobilidade/recuperabilidade do LNAPL, deve-se avaliar o aporte de massa do LNAPL para outros compartimentos, como água subterrânea e ar do solo;

- Para água subterrânea, instala-se instrumentos de amostragem de água (podem ser poços de monitoramento ou outros) nas unidades hidroestratigráficas mais relevantes para o fluxo e transporte e realiza-se amostras e análises químicas para as SQIs correspondentes (tipicamente BTEX, PAH e TPH-fracionado);

- Por que fracionado? Porque, nessa etapa, estamos interessados no possível risco à saúde humana decorrente dessa concentração em fase dissolvida, pra o cenário de ingestão de água;

- Quais frações? Pelas excelentes aulas do Filipe Gimenes e do Marcos Ceccatto, recomendo as frações CWG (Criteria Working Group) que são as mesmas usadas pelo software RBCA;

- Para avaliar o impacto do LNAPL no ar do solo, é importante realizar a amostragem do ar do solo por meio de metodologias adequadas, como TO-15;

- Em determinadas situações, as linhas de evidência podem permitir o gerenciamento da área com LNAPL sem utilizar técnicas de remediação mais intensas, como MPE. Como exemplo, se a área possuir a maior parte do LNAPL não recuperável, sem aporte para a água subterrânea nem para o ar do solo e com evidência de atenuação natural na área fonte, pode-se optar por outra ação como intervenção;

 

Espero que esse breve resumo ajude vocês nos próximos casos de LNAPL

 

Falei na semana passada sobre o Grupo de voluntários que trabalhou com uma grande base de dados de amostragens de ar do solo e ar ambiente, chamado Grupo Sistema de Dados Ambientais. Dando continuidade à divulgação do grupo e dos resultados, segue abaixo um texto de Atila Pessoa explicando um pouco do que eles fizeram:

 

O fator de atenuação pode ser entendido como a razão entre as concentrações de uma determinada SQI no ar ambiente e sua concentração em subsuperfície. Dessa forma, é possível calcular os fatores de atenuação por meio da expressão:


Onde:
FA = Fator de Atenuação

CAI = Concentração de uma determinada SQI presente no ar ambiente

CSS = Concentração de uma determinada SQI em subsuperfície

 

Conhecer essa relação e entender os mecanismos que afetam esse comportamento é de extrema importância no estudo de intrusão de vapores, uma vez que permite estimar, com base nas concentrações observadas em subsuperfície, quais serão as concentrações às quais os receptores estarão expostos em superfície.

O documento “EPA’s Vapor Intrusion Database: Evaluation and Characterization of Attenuation Factors for Chlorinated Volatile Organic Compounds and Residential Buildings” publicado em 16 de Março de 2012 apresenta os resultados do estudo que teve como objetivo a avaliação empírica da atenuação associada ao fenômeno de intrusão de vapores. O primeiro passo para condução desse estudo foi a construção uma base de dados robusta contendo informações referentes às concentrações das substâncias químicas de interesse (SQIs) em diferentes matrizes como ar ambiente, ar do solo (subslab) e água subterrânea. Foram consideradas informações provenientes de 41 sites em 15 estados diferentes do território norte americano pertencentes às regiões 1,2, 5, 6, 7, 8, 9 e 10. 

Para avaliar a relação entre as concentrações das SQIs quantificadas no ar ambiente e no subslab foram calculados os fatores de atenuação para 1582 amostras pareadas (ar ambiente/subslab).

Após a implementação de uma série de filtros e análise da distribuição dos resultados obtidos, o percentil 95 foi adotado como sendo o valor representativo para a população analisada e assim determinou-se como premissa que o fator de atenuação de 0,03 fosse utilizado para estimar as concentrações presentes no ar ambiente com base nas concentrações encontradas no nos poços de subslab.

Com o intuito de avaliar a aplicabilidade dessa premissa frente as condições representativas do estado de São Paulo, o SDA selecionou como projeto piloto a construção de uma base de dados semelhante à utilizada no estudo conduzido pela EPA para avaliar o comportamento da atenuação em observações coletadas na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). A construção dessa base de dados se deu de forma colaborativa, onde foram cedidas informações pelas empresas de consultoria ambiental EBP e Arcadis.

Durante a elaboração do projeto piloto foram cadastrados aproximadamente 70.000 resultados analíticos provenientes de 1339 amostras de ar ambiente e de poços de subslab distribuídos em 6 sites, o que permitiu a avaliação do fator de atenuação para aproximadamente 450 amostras pareadas (ar ambiente/subslab).

Alguns resultados preliminares já foram obtidos e serão apresentados juntamente com os resultados finais assim que os estudos forem concluídos.

 

 

Vamos agora às notícias da semana:

 

- Recebi mais vagas de emprego: Na Braskem (Especialista Sênior em GAC), na CPEA (Analista Jr). Soube de outras vagas em muitas outras consultorias, se você é um profissional da área, recomendo que entre no site da AESAS e entre em contato diretamente com as empresas associadas (www.aesas.com.br). As vagas que recebo ou vejo compartilho imediatamente no nosso Canal do Telegram (https://t.me/areascontaminadas)

 

- Estão abertas as inscrições para mais um excelente curso da parceria SENAC/AESAS: Reutilização de Áreas Contaminadas, com 24 horas de aulas online e ao vivo. Quem tiver interesse, informações e inscrições no link: https://www.aesas.com.br/eventos

 

- Nessa próxima semana, iniciaremos o curso de Biorremediação (Fundamentos para Aplicação e Otimização de Biorremediação para Áreas Contaminadas), mais um sucesso da parceria SENAC/AESAS, um curso online ao vivo de 24 horas de aula, com uma procura muito boa e que promete, da mesma forma que o curso de LNAPL, ser um marco no tema

 

- Falando em curso, a Camila Guarany lançou a 2ª versão do seu curso online Juridiquês Descomplicado: da Teoria à Prática. Camila já foi minha entrevistada no podcast e tem uma grande experiência com GAC atuando dentro de uma distribuidora de combustíveis. Quem tiver interesse, o link é: http://direitoambientaldescomplicado.com/curso

 

- Mais de 2500 bois estão “vivendo” em navios há 2,5 meses, por conta de eventuais barreiras sanitárias entre Espanha, Egito e Turquia. Enquanto a pendência não se resolve, os animais estão nos navios, sabe-se lá em quais condições. Mais um exemplo do modelo econômico causando impactos ambientais, sofrimento animal e um possível “criatório” de novas doenças e pandemias. Esse desrespeito à vida não chega a ser novidade, mas é interessante entender o caso: https://historiasdomar.blogosfera.uol.com.br/2021/02/27/o-drama-dos-bois-que-estao-confinados-em-navios-ha-mais-de-dois-meses/

 

- Postagem do MMA no Linkedin fala sobre a evolução da parceria do MMA com a EPA em uma cooperação sobre o Plano Nacional de Áreas Contaminadas. Para o mercado do GAC é uma boa notícia, termos a cooperação com a EPA, é fantástico. O que particularmente me deixa com um pé atrás é a hastag #ambientalismoderesultados. Enfim, aí vai a postagem: https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:6771414014913339392/

 

- Uma empresa dos EUA, especializada em remediação, publica no Linkedin um conceito muito interessante, que simplifica de modo genial o que tenho falado há um tempo: o qHRSC, ou seja, a Investigação de Alta Resolução quantitativa, baseada na coleta de muitas amostras de solo para análise quantitativa. Obviamente essas muitas amostras de solo na zona saturada. Uma simples letrinha que explica toda uma ideia que venho tentando divulgar há muitos anos. Vou passar a usar como referência: https://www.linkedin.com/feed/update/urn:li:activity:6772946203949711360/

 

- Uma postagem muito legal do Sérgio Ogihara, sobre um fenômeno raro: nevou no deserto do Saara. Em alguns locais, mais de 1 metro de neve!!! Vejam as imagens: https://www.linkedin.com/posts/s%C3%A9rgio-ogihara-7080471_repost-saara-saharadesert-activity-6771808546892849152-WjdW/

 

- Assisti a uma aula do Paulo Negrão essa semana, que me lembrou de casos clássicos de impactos e desastres ambientais que alimentaram a minha geração de ambientalistas, mas que, provavelmente, vocês pouco ouviram falar. Um desses casos é do Exxon Valdez, um petroleiro que derramou cerca de 100 mil metros cúbicos de petróleo no Alasca causando um desastre de enormes proporções que, mesmo após 30 anos e uma operação gigantesca de limpeza ainda causa problemas na região.

https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/mundo/2014/03/24/interna_mundo,419186/mare-negra-da-exxon-valdez-25-anos-depois-o-alasca-ainda-guarda-vestigios.shtml

https://marsemfim.com.br/o-acidente-do-exxon-valdez-mais-de-30-anos-depois/

 

- Outro caso antigo, esse muito mais perto da gente, é o da Rhodia Cubatão. A contaminação foi causada pela Clorogil, mas que por conta de sucessões, acabou sob a responsabilidade da Rhodia. Foram muitas as contaminações e os impactos para a saúde dos trabalhadores e no ambiente estuarino e continua ainda sem estar 100% solucionado. Entre os contaminantes está o pentaclorofenol, ou “pó-da-china”. Da mesma forma que outras coisas, esse nome indica uma certa xenofobia por parte de quem usa, mas o fato é que é uma substância que causa vários problemas.

Entenda um pouco mais do caso aqui: https://acpo.org.br/caso-rhodia/breve-historia/

Aqui o problema de saúde do trabalhador atingido: https://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2002/01/28/3445-contaminados-por-po-da-china-temem-ser-abandonados-pela-rhodia.html

Aqui algumas informações básicas sobre o pentaclorofenol: https://pt.wikipedia.org/wiki/Pentaclorofenol

Aqui uma notícia absurda sobre contrabando e uso do PCF no sul do Pará, nas lavouras de soja da região. Imaginem o impacto disso. Será que precisa de uma investigação? http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2015/12/mpf-denuncia-18-por-contrabando-do-herbicida-po-da-china.html

 

- Uma notícia interessante, sobre um tema que tratei na semana passada, a “energia verde”, mas que traz impactos ambientais importantes: uma grande área nos EUA que é uma Usina de etanol de milho está contaminada pelo uso de um fungicida na plantação (não é “pó-da-china”, mas é contaminante). Tendo em vista que, desde 2019, mais de 1000 novos agrotóxicos foram autorizados para ser usados no Brasil, quantos deles causam risco à saúde humana e precisariam ser investigados? https://www.theguardian.com/us-news/2021/jan/10/mead-nebraska-ethanol-plant-pollution-danger

 

- Já falei aqui sobre “o Dilema das Redes” e assuntos ligados a tecnologia e privacidade de dados. Aqui, a matéria do El País detalha como os celulares Android armazenam e compartilham os nossos dados antes mesmo de conectarmos com alguma conta Google: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/03/17/tecnologia/1552777491_649804.html?utm_source=Facebook&ssm=FB_BR_CM&fbclid=IwAR1RlUuqQ57K7bXGF7tqfZBUpi3-yShNjfUUDccw1E6ElNQe4dv_ZMCUQeM#Echobox=1614598176

 

- Vídeo muito interessante postado por Renato Santos no Linkedin mostra como uma pessoa construiu uma lavadora de alta pressão com materiais alternativos. Mais uma daquelas coisas geniais feitas com poucos recursos. Eu mesmo sou um grande fã desse tipo de “engenhoca”, como todos aqui já sabem, e o episódio #045 do Podcast traz um pouco disso, quando o Filipe conta a história do avô e do tio, desenvolvendo equipamentos de modo simples e eficiente. Em resumo, genial, como esse vídeo: https://www.linkedin.com/posts/renato-santos-74734922_genialidade-%C3%A9-de-gra%C3%A7a-anos-de-estudo-ugcPost-6771545803526807552-pDEP/

 

- A pandemia e o gerenciamento da crise têm causado inúmeras perdas e prejuízos para a sociedade. Começando pelas 270 mil vidas perdidas, com boa parte dessas sendo perdas evitáveis, se o gerenciamento fosse mais adequado. Uma das facetas disso é nós, que temos mais acesso à informação e apreço pela ciência, criticarmos os indivíduos que insistem em desrespeitar as recomendações da ciência e se expor ao vírus, expondo também a sociedade como um todo e agravando o problema. Mas as decisões individuais nem sempre (eu diria quase nunca) são realmente escolhas individuais conscientes, mas sim, frutos de um ambiente de uma construção coletiva, de um entendimento como sociedade. O trabalhador é chamado a “contribuir para a economia”, a “colocar o pão na mesa”, fornecendo sua mais-valia aos que usufruem do resultado dessa “economia andando”, enfrenta transporte público, filas, falta de estrutura, tudo. Aí, “já que está na chuva, vamos tomar banho de mangueira”, esse trabalhador vai no boteco, vai na festa, vai fazer um churrasquinho e é criticado por isso. Obviamente ele está errado, mas o que temos de ver é que a culpa não é do indivíduo, mas sim, da condição do ambiente. Para ficar em dois exemplos, Nova Zelândia e Vietnan não estão sofrendo problemas sanitários, econômicos ou sociais por conta da pandemia. Poderíamos ter feito melhor? Vejam essas histórias retratadas na reportagem. Dá para culparmos esses indivíduos? https://tab.uol.com.br/edicao/crise-economica-covid-19/index.htm#end-card

 

-  Governo do Estado de SP, em guinada total de rumo na política ambiental, afirma que queimada de cana não é degradante. Se o próprio governo fala isso, imaginem o que dizem os que queimam a cana? O relato do caso é impressionante, chegando a dizer que os problemas respiratórios das pessoas é culpa delas mesmas. https://noticias.uol.com.br/colunas/rubens-valente/2021/03/02/governo-doria-queimadas-cana-de-acucar-meio-ambiente-sao-paulo.htm

 

- Há algumas semanas comentei sobre o livro do Startup da Real “Esse Livro Não vai te Deixar Rico”. Essa semana ele divulgou um novo texto, muito interessante, sobre a nova “onda” de investimentos, de cursos sobre investimentos, de cursos sobre cursos de investimentos e assim por diante. Muitas vezes avaliamos mal os números e não nos damos conta do que realmente importa. https://medium.com/startup-da-real/o-problema-n%C3%A3o-%C3%A9-deixar-o-dinheiro-na-poupan%C3%A7a-cc0abac4de2c

 

- Bela dica de José Gustavo: quem tem o CREA pode fazer um curso online gratuito na Univesp feito em parceria com a UNESP. Confiram: https://www.creasp.org.br/6749/

 

- Há algumas semanas, contei o episódio dos hipopótamos do Pablo Escobar na Colômbia. Hoje, mostro essa notícia que é absurda em muitos níveis: uma fazenda de criação de crocodilos do Nilo (!) na África do Sul (!!), criava esses animais para abatê-los e vender o couro, muito procurado (!!!). Aí, ocorre um acidente e escapam muitos crocodilos pelas redondezas (!!!!), as pessoas no entorno ficam com muito medo, com razão porque o animal é conhecido por devorar pessoas se estiver com fome ou acuado (!!!!!), até que capturam 26 (!!!!!!) e liberam a caça dos restantes (!!!!!!!), porque não têm ideia de quantos escaparam (!!!!!!!!). Imaginem o impacto disso (!!!!!!!!!). https://www.uol.com.br/nossa/noticias/reuters/2021/03/04/crocodilos-jovens-escapam-de-criadouro-da-africa-do-sul-e-viram-alvo-de-cacada.htm

 

- Aqui uma matéria muito interessante, diz respeito a todos nós. Um oceanógrafo, sócio de uma consultoria ambiental (não da área de GAC) que atuava para grandes corporações, larga a empresa para fundar um instituto que defende as populações vulneráveis atingidas por projeto com impacto ambiental, se contrapondo às corporações e às consultorias ambientais “convencionais” que, via de regra, trabalham para essas corporações. https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2021/03/05/ex-consultor-de-petroleira-mudou-de-lado-para-liderar-instituto-ambiental.htm

 

Amigas e amigos, muito obrigado pela leitura. No Canal do Youtube (youtube.com/c/ecdtraining) estamos com 626 inscritos! No Telegram (https://t.me/areascontaminadas ) temos 264 inscritos e no Instagram já temos 495 Seguidores (@ecdambiental). Espero que estejamos conseguindo ajudar bastante gente!!!!

 

Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Mais uma vez peço que acessem o https://apoia.se/ecdambiental para vocês conhecerem melhor a nossa campanha e, se puderem, contribuírem conosco. Se tiverem dúvida, estou à disposição.

  

Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER

  

Marcos Tanaka Riyis

ECD Ambiental

https://linktr.ee/ecdtraining





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