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Mostrando postagens de 2018

Sua Majestade, o Poço de Monitoramento

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Durante o Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC), muitas decisões são tomadas, em muitas etapas. A área está contaminada? Existe algum risco à saúde humana? Precisa ser remediada? Como? Atingiu as metas de remediação? Está reabilitada para o uso pretendido? Posso colocar pessoas para morar lá? São questões muito importantes social, ambiental e economicamente e devem ser respondidas após coleta e interpretação de dados da área. No Brasil, na imensa maioria das vezes, possivelmente em mais de 90% das situações, os dados que embasam todas essas decisões vêm de um único instrumento: o poço de monitoramento, personagem de maior veneração de toda a cadeia do GAC. Por isso, pode ser chamado de "Sua Majestade". Mas: de onde vem essa veneração? A resposta é complexa, mas vou dar uma resposta: vem da tradição incrustada em toda a cadeia do GAC de considerar que a investigação de uma área contaminada é simplesmente investigar (mal) a água subterrânea, por meio do único instrume

Bombeamento e Tratamento Ainda Pode Ser Usado em Remediações?

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Por recomendação do meu amigo Martim Afonso de Souza,  e com o objetivo de promover um debate com nosso alunos do Curso de  Pós-Graduação em Gerenciamento de Áreas Contaminadas do SENAC , reli recentemente o artigo:  "Resurgence of Pump and Treat Solutions: Directed Groundwater Recirculation" , escrito em 2015 por  Suthan Suthersan, Eric Killenbeck, Scott Potter, Craig Divine, and Mike LeFrancois ( para ler o original, acesse esse link ). A essência do artigo pode ser descrita como o "renascimento" do bombeamento e tratamento (P&T - da sigla em inglês  pump and treat ) como técnica de remediação para remoção de massa, após décadas sendo deixado de lado nos projetos de remediação. Nos EUA, esse movimento de abandono do P&T começou no final dos anos 80, no Brasil, começou no início dos anos 2000, alegando (com boa dose de razão), que o P&T não era eficiente para remoção de massa, apenas para contenção do avanço da pluma de fase dissolvida. O P&T foi

Curso de Amostragem de Solo - 2018

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No último mês de setembro/2018, fui um dos docentes de mais um excelente curso, promovido pela  AESAS  e pelo  Centro Universitário SENAC  e organizado pela  Soldí Ambiental . O tema do curso era Amostragem de Solo, que já foi o mote de muitos textos já escritos nesse espaço, como  esse  e  esse . Além de mim, representando o SENAC e a ECD , foram docentes os professores: Nilton Miyashiro, da Engesolos e Silvio Almeida, da Eurofins. Foram três dias de muita conversa, trocas e quebras de paradigmas. Até o momento, as avaliações dos alunos foram extremamente positivas. Os principais conceitos discutidos nesse curso foram: - A amostragem de solo é a principal e mais importante ferramenta para investigação de áreas contaminadas; - Além das amostras para análises químicas (obrigatórias para investigação do próprio solo como meio a ser diagnosticado), a amostragem de solo é essencial para a obtenção de informações sobre o meio físico, particularmente para identificar e d

Cursos e Treinamentos In Company

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Com muita satisfação, a ECD oferece ao mercado um novo produto: A ECD Training , voltada para o segmento de Cursos e Treinamentos In Company . Unindo a experiência de mais de 14 anos e a qualidade dos serviços da ECD Ambiental em investigação de áreas contaminadas com a expertise em aulas, palestras, cursos e treinamentos do Diretor Técnico Marcos Tanaka Riyis , a ECD Training vai oferecer cursos e treinamentos para empresas de consultoria, de coleta de dados (sondagem, amostragem) e para responsáveis legais sobre toda a cadeia do Gerenciamento de Áreas Contaminadas, com foco principal nas etapas de investigação. Os cursos poderão ser modulares ou únicos, iniciais ou avançados, teóricos ou práticos ( hands-on ). A ECD Training vem preencher uma importante lacuna no mercado de áreas contaminadas, que é a necessidade de constante atualização e capacitação dos Responsáveis Técnicos, especialmente após a DD-038 da CETESB . Muitas vezes as empresas não conseguem suprir essa demanda p

Amostragem de Solo - Metodologias

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Vários amigos leram o meu artigo anterior, sobre o  papel da Amostragem de Solo na Investigação de Áreas Contaminadas , e pediram para eu desenvolver um pouco mais os detalhes de qual modalidade de amostragem de solo deve ser utilizada para cada situação. Quem leu o artigo anterior e  outros textos meus  já deve ter se convencido que a amostragem de solo é a etapa fundamental da investigação de áreas contaminadas, que ela deve ser feita inclusive na zona saturada, que ela é obrigatória para instalação de poços de monitoramento e que ela deve ser feita preferencialmente por  Direct Push  com  liner . Vou tentar aqui desenvolver o porquê disso e qual modalidade de  Direct Push  se adequa melhor a cada ocasião. Inicialmente, olhando para uma situação mais simples, que é a amostragem do solo superficial, até 1,0 m de profundidade, pode-se dizer que praticamente toda metodologia e ferramenta consegue coletar amostras representativas, variando um pouco apenas de acordo com o objetivo e

Amostragem de Solo - Posso Viver Sem?

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Esse texto foi publicado originalmente no Linkedin, por Marcos Tanaka Riyis. Acesse o texto original aqui Sempre brinco com meus amigos do mundo das áreas contaminadas que tenho um "mantra", que é "Amostrai o solo" . Tentarei, nesse breve artigo, explicitar algumas razões para a existência desse mantra e para a minha insistência com esse tema, que trata da amostragem de solo para investigação de áreas contaminadas. Vou logo dar a resposta para a pergunta-título: Não, de modo algum você pode realizar uma investigação sem amostrar o solo. Vou enumerar as razões: - A DD-038 (só pra ficar em um exemplo) estabelece que devem ser investigados todos os meios, ou seja, solo, água subterrânea e ar do solo, portanto, ela obriga o Responsável Técnico a realizar uma amostragem de solo - Se você, por qualquer motivo, estiver investigando somente a água subterrânea instalando poços de monitoramento, mesmo assim você é obrigado, pela NBR 15.495-1, a ter um modelo con

Varredura Vertical de Substâncias Químicas de Interesse

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Embora seja um nome complicado, a varredura vertical de Substâncias Químicas de Interesse (SQIs) é um conceito relativamente simples na investigação de áreas contaminadas: consiste em verificar, qualitativamente nas áreas fonte, qual a distribuição vertical do seu contaminante, ou seja, em quais profundidades há maior massa das SQIs, com duas finalidades principais: selecionar amostras para a realização de análises químicas quantitativas, e verificar quais as principais interações das SQIs com o meio físico, tudo isso em escala de detalhe. Em resumo, essa varredura vertical de SQIs é um dos dois pilares da investigação em alta resolução, junto com a definição e delimitação das unidades hidroestratigráficas (especialmente as zonas de fluxo e zonas de armazenamento). As varreduras verticais são importantes para qualquer SQI a ser investigada, mas tem seu uso mais comumente aplicado nos hidrocarbonetos de petróleo e nos compostos orgânicos voláteis (VOCs). Esse texto irá tratar da varr

ECD Ministra Treinamento para Exército Brasileiro

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No início do mês de maio/2018, a  ECD  foi convidada para ministrar um workshop em São Vicente-SP, para um grupo de oficiais do Exército Brasileiro, que está se preparando para atuar no gerenciamento de possíveis áreas contaminadas sob sua responsabilidade. Nesse workshop, a equipe da  ECD , junto com 03 alunos do Curso de Pós-Graduação em Gerenciamento de Áreas Contaminadas do  SENAC , que também voluntariamente se dispuseram a ajudar, realizou amostragem de solo de perfil completo, varredura vertical de voláteis, definição da principal unidade hidroestratigráfica de fluxo e instalação de dois poços de bombamento nessa unidade hidroestratigráfica. Além disso, o Diretor Técnico da ECD Marcos Tanaka Riyis ministrou uma palestra sobre investigação de áreas contaminadas e mostrou, na prática, uma metodologia de descrição tátil visual e, principalmente, de definição das zonas de fluxo e armazenamento. Mais uma vez a  ECD  mostra que está empenhada em divulgar boas práticas e compartilha

Nova Página - Investigação

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Depois de muito tempo, muitas conversas, aulas, palestras e cursos ministrados, resolvemos descrever resumidamente qual a abordagem que consideramos a mais indicada para a investigação de uma área contaminada, de acordo com a Decisão de Diretoria 038 da CETESB (DD-038), bem como as ferramentas e metodologias que indicamos para cada etapa. Dentre essas ferramentas, algumas a ECD possui (na página Serviços pode-se ver algumas), outras não. Pra quem tiver curiosidade, o link é esse . Boa leitura. Aguardo os comentários.

Varredura de Compostos Orgânicos Voláteis - VOCs

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No Gerenciamento de Áreas Contaminadas, o diagnóstico de uma área se inicia com uma Avaliação Preliminar. O produto final dessa Avaliação Preliminar deve ser um "Plano de Investigação Confirmatória", que deve levar em conta, para locar os pontos de amostragem de solo, água subterrânea e/ou ar do solo,  todas as Substâncias Químicas de Interesse (SQIs) manipuladas na área, todas as áreas fonte, todas as fontes potenciais, todas as fontes primárias de contaminação, além do meio físico. Se houver incertezas sobre algum desses itens, o Responsável Técnico deverá propor um método de varredura ou  screening, ou seja, essa varredura é essencial na maioria dos casos. O presente texto vai cuidar exclusivamente de varreduras com o objetivo de encontrar fontes de compostos orgânicos voláteis (VOCs). Ressalta-se que o objetivo de um  screening  é coletar grande quantidade de dados qualitativos e de baixo custo individual, para se obter uma tendência, uma linha de evidência, que permita

Retrospectiva ECD - 2017

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Como em todos os anos, nós da ECD fazemos uma retrospectiva do ano que passou, para que possamos ver onde estávamos e para onde estamos indo (veja  aqui a primeira, de 2010 ; a  especial de 10 anos, em 2014 ; a de  2015 ; e a de  2016 ). Embora o caminhar seja sempre o essencial, é importante pararmos um pouco para ver o que fizemos. 2017 foi o ano de implementação e ratificação da mudança da cultura histórica de uma empresa tradicional de sondagens. Agora com equipe bem reduzida, a empresa guinou totalmente e não tem como objetivo fazer mais metros, instalar mais poços, pegar todos os serviços, disputar espaço com a concorrência. O  objetivo do Oceano Azul, descrito no ano passado , foi incessantemente buscado, com o desenvolvimento de novas metodologias, técnicas e ferramentas que ajudaram as consultorias parceiras na elaboração de seus modelos conceituais. Dessa forma, em 2017, não trabalhamos PARA consultorias, mas sim, trabalhamos COM as consultorias. Também solidificamos parcer