Newsletter ECD#015

Newsletter publicada em 13/09/2020. Para receber nossa Newsletter no seu e-mail no dia de lançamento, inscreva-se no Formulário: https://forms.gle/bQLz561Y2kqUfnhdA


Olá a tod@s.


Muito obrigado por se inscreverem na nossa newsletter semanal. Essa é a #015, então, vocês me aguentam há 15 semanas!!!!!.

Se quiserem passar para os amigos, o link para preenchimento do formulário de inscrição é: https://forms.gle/bQLz561Y2kqUfnhdA. As Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br) caso alguém queira lê-las. 

A semana que passou foi mais uma vez muito interessante. Na quarta, iniciamos a nossa aula no Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental da UNESP. Foi bem interessante a nossa interação lá. Na quinta, lançamos o 20º Episódio do Podcast Áreas Contaminadas, entrevistando meu amigo Diego Silva, Engenheiro Ambiental da Arcadis. Falamos um pouco sobre Áreas Contaminadas e bastante sobre meditação e a relação ambientalismo/budismo. Além disso, fui convidado a contribuir com alguns documentos técnicos que, espero, estarão a disposição de todos no início do próximo ano. Pude também participar com algumas contribuições de uma Diretriz Técnica da FEPAM (RS) que vai nortear os trabalhos de monitoramento de águas subterrâneas naquele estado.

Durante a semana recebi algumas mensagens interessantes mas uma delas em especial eu gostei bastante e gostaria de compartilhar com vocês as minhas impressões. Falei sobre isso no Episódio #020 do Podcast, mas vale a pena repetir aqui. Um amigo me perguntou entre outras coisas sobre a relação entre investigação de alta resolução, ferramentas de tempo real e métodos indiretos e se a amostragem de solo de perfil completo (ASPC - Em inglês, WCSS) se enquadraria nesses itens. Minha resposta é que técnicas de alta resolução não são obrigatoriamente métodos indiretos ou ferramentas de tempo real somente. Na minha opinião, e é a interpretação que faço da EPA, alta resolução não se resume a ferramentas de tempo real. Alta resolução é avaliar, em escala adequada, a interação do contaminante com o meio físico. Desta forma, as pessoas estão equivocadas ao considerar que alta resolução é "somente" usar ferramentas não-quantitativas de tempo real. O MIP, como o OIP, é uma medida não-quantitativa de tendência de onde está a maior massa, mas que não dispensa a obtenção de dados quantitativos, que também devem ser tomados em alta resolução. Como o MIP carrega consigo incertezas na exata profundidade da ocorrência da anomalia (o Atila explica muito legal isso no Podcast #016 - https://www.youtube.com/watch?v=HLGremqTR6U) e existe a diferença decorrente da posição (MIP e amostragem de solo não podem ser feitas no mesmo exato ponto), não dá pra dizer que basta fazer a varredura com o MIP depois ir lá e só coletar a amostra daquele ponto usando como parâmetro de posição vertical da maior massa o dado do MIP. No momento da amostragem de solo, deve-se fazer nova varredura, o que equivale dizer que, independente de qual método de varredura vertical tenha sido usado, a investigação deve utilizar uma boa técnica de amostragem de solo de perfil completo, incluindo nova varredura para seleção de amostras, envio de muitas amostras para o laboratório e caracterização cuidadosa das unidades hidroestratigráficas (com análises granulométricas que corroborem as descrições táteis-visuais). A ASPC, portanto, também é uma técnica de investigação de alta resolução que permite resultados quantitativos. Ela resolve tudo sozinha? Vale para todos os casos? Obviamente não, mas certamente é algo que você deve considerar na sua investigação.

Tenho também lido outros livros, como já comentei. Um deles, que tenho lido e relido muitas vezes é o Bem Viver, de Alberto Acosta (https://www.editoraelefante.com.br/produto/o-bem-viver-uma-oportunidade-para-imaginar-outros-mundos/). Para quem é ambientalista, é uma leitura obrigatória. Tem muitas passagens ótimas lá, e uma delas me chamou a atenção essa semana e resolvi compartilhar com vocês. Acosta diz que o Bem Viver aceita e apoia maneiras distintas de viver, e que essa diversidade não tolera a destruição da Natureza, tampouco a exploração de seres humanos, nem a existência de grupos privilegiados às custas do trabalho e sacrifício de outros e/ou do Meio Ambiente. O Bem Viver será para todas e todos ou não será. Teremos o Bem Viver algum dia?

Nessa semana entraram novos amigos e amigas na nossa Newsletter. Um salve para eles: Edson, Rebeka, Regina e Paulo. Bem-Vindos!!!!


Vamos agora às principais notícias e dicas da semana:


1. Mais uma vez, infelizmente não teremos vídeo novo no Canal da ECD. Desculpem por isso. Nem sei se ainda é notícia...

2. Na última quinta, dia 10/09, no Podcast Áreas Contaminadas, entrevistei meu amigo Diego Jorge da Silva, Engenheiro Ambiental da Arcadis e Pós-Graduado em Remediação de Áreas Contaminadas. Ele fala sobre a sua trajetória de vida entre Sorocaba e Rússia, meditação e de budismo relacionado com as questões ambientais. Uma verdadeira Jornada do Herói, que ainda está no meio. Quer encontrar seu caminho? Conheça essa história, quem sabe você tem uma pista. É realmente um episódio diferente que pretende trazer um pouco de paz nos tempos conturbados. Vejam o perfil dele no Linkedin:



3. Nessa quinta, 17/09, o episódio será com dois amigos Geólogos, com muito em comum. Ambos são da mesma região de São Paulo, se conheceram no vestibular, entraram na mesma faculdade, os cônjuges dos dois se conhecem, os dois trabalham em empresas de sondagem pra construção civil migrando para o mercado de GAC e os dois fizeram o curso de Pós do SENAC. A conversa foi muito interessante. Além de geologia, ambos falaram muito sobre sondagens, sobre a criação de boa parte das empresas de sondagem manual do estado de SP e sobre as diferenças do mercado ambiental. Uma conversa muito legal com atores pouco conhecidos da cadeia de GAC: os sondadores

Perfil da Luana Fernandes no Linkedin: https://www.linkedin.com/in/luana-fernandes-do-nascimento/ 

4. Estão abertas as inscrições para um curso online ao vivo da parceria SENAC/AESAS, sobre Avaliação Preliminar. É um curso excelente, para quem trabalha com isso é muito importante. Informações e inscrições no site: https://www.soldiambiental.com.br/so/6eNHqcHgl

5. A FEPAM-RS está aceitando contribuições para a sua Diretriz Técnica que vai regular os monitoramentos de águas subterrâneas (com muita interface com áreas contaminadas). Gostei bastante da diretriz, entre outras coisas ela reforça o que diz a norma NBR 15.495-1, que é a necessidade de se conhecer o meio físico ANTES de projetar um poço de monitoramento. Quem quiser contribuir, é só ir no site: http://www.fepam.rs.gov.br/noticias/noticia_detalhe_net.asp?id=15260

6. O Instituto Ekos divulgou o seu tradicional Seminário Internacional, esse ano será online e terá como tema a Gestão Integrada das águas subterrâneas do bairro Jurubatuba. Informações no site: http://seminario.ekosbrasil.org/o-evento/

7. Semana passada reli um trabalho fantástico para a banca da Tatiana Sitolini. O artigo é esse aqui: https://sci-hub.tw/10.2136/vzj2003.1160 publicado em 2003, que mostra uma investigação modelo que conclui que poços de monitoramento não servem para investigar. Mais do que isso, em um aquífero arenoso, há zonas de fluxo e de armazenamento e a presença do DNAPL pôde ser vista com as amostragens de solo, e a avaliação vertical feita nessas amostras, utilizando PID, laboratório móvel e corante (shake test) deram um resultado excelente. Repito: o artigo foi publicado em 2003!!!!! Leiam, por favor. Pretendo, em breve, fazer um texto ou vídeo sobre esse artigo fundamental!!!!

8. Dia 24/09, na Remtech Europa, o tema será Intrusão de Vapor. Não preciso dizer a premência desse tema no nosso estado, certo? Muitas figuras conhecidas internacionalmente  estarão lá. Inscrições gratuitas. Confiram: https://www.linkedin.com/events/vaporintrusion-screening-continuousmonitoring-miti/

9. Uma notícia muito interessante e curiosa sobre o cheiro de carro novo e áreas contaminadas. Leiam e vejam a relação: https://www.uol.com.br/carros/noticias/redacao/2020/09/12/por-que-o-cheiro-de-carro-novo-esta-fadado-a-desaparecer-nos-proximos-anos.htm 

10. Um geoestatístico que não conheço pessoalmente (infelizmente) chamado Victor Miguel Silva publicou no Linkedin algo que achei genial: uma planilha em Excel com procedimentos de krigagem ordinária com até 5 amostras. Muito didático para entender os passos da krigagem. Recomendo fortemente que baixem a planilha. Não sem antes agradecer a ele, é claro: https://www.linkedin.com/posts/victor-miguel-silva-45558656_passoapassokrigagemv01xlsx-activity-6708709232423813120-tCLd/

11. Estão sabendo que o nosso Pantanal está em chamas? 12% do Bioma já queimado: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/2020/09/queimadas-ja-consumiram-12-do-pantanal-e-tendencia-e-piorar

12. Não dá para ver a notícia toda, mas dá para ver os gráficos. Falando em queimadas, etc, a qualidade do ar em grandes centros chegou aos níveis pré-Covid, indicando, mais uma vez, que não aprendemos nada. Vidas foram perdidas, mas o que importa para os tomadores de decisão, é que a roda do crescimento continue a girar, não importa o custo para as futuras gerações: https://www.economist.com/graphic-detail/2020/09/05/air-pollution-is-returning-to-pre-covid-levels?fsrc=scn%2Ftw%2Fte%2Frfd%2Fpe

13. Relatório da Oxfam diz que a crise econômica não é para todos. Embora a esmagadora maioria da população mundial e brasileira esteja sofrendo os efeitos da crise, os 42 indivíduos mais ricos do Brasil aumentaram a sua fortuna durante a pandemia (4 meses) em 34 bilhões de dólares. São mais de 300 milhões de auxílios emergenciais de R$ 600,00 somente com o incremento do patrimônio dessas 42 pessoas em 4 meses. Acho que alguma coisa está errada no planeta... E isso não é o mais absurdo. Leiam mais aqui: https://www.oxfam.org.br/noticias/enquanto-grandes-empresas-lucram-na-pandemia-os-mais-pobres-pagam-o-preco/

14. Sobre o fogo no Pantanal, um personagem importante sofreu: https://twitter.com/claudia_gaigher/status/1304394989129039872?s=08

15. O Geólogo Pedro Dib escreveu um texto muito, muito interessante, com a colaboração de Paulo Santos e Douglas Pascoal, na revista RMAI. O título é Geologia Raiz e trata de uma espécie de resgate da geologia básica na elaboração de bons modelos conceituais para Gerenciamento de Áreas Contaminadas. Além de trazer uma visão muito bacana e importante, o texto é muito bem escrito, característica famosa do Pedro. Leiam no Linkedin: https://www.linkedin.com/posts/pedro-dib-a5408739_artigo-rmai-geologia-raiz-ugcPost-6709452942845517824-ol5o

16. Por fim, um vídeo interessante, ainda no tema escrita. Essa aula é parte de um curso gratuito de escrita acadêmica, mas vale para quem escreve relatórios. Essa aula em particular é bem interessante para os amigos que escrevem relatórios nas consultorias: https://www.youtube.com/watch?v=1isyHrehvO0

 

Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas.


Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER


Mais uma vez obrigado pela atenção e até a semana que vem




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Varredura de Compostos Orgânicos Voláteis - VOCs

É Tempo de Mudanças na ECD (Agosto 2020)

Amostragem de Solo - Metodologias