Newsletter ECD #019 - 11/10/2020

 Olá, pessoal.

Essa Newsletter foi publicada em 11/10/2020. Se quiser receber no dia correto na sua caixa de e-mail, inscreva-se, é rápido, fácil e grátis: https://forms.gle/bQLz561Y2kqUfnhdA


Segue abaixo a Newsletter


Olá a todas e todos.


Muito obrigado por se inscreverem na nossa newsletter semanal. Essa é a #019. Se quiserem passar para os amigos, o link para preenchimento do formulário de inscrição é: https://forms.gle/bQLz561Y2kqUfnhdA. As Newsletters anteriores estão no site da ECD (www.ecdambiental.com.br) . 

A semana que passou foi corrida, mas bem legal aqui:

Seguindo as sugestões de vários amigos, lançamos uma campanha de financiamento no Apoia.Se (https://apoia.se/ecdambiental). Essa campanha tem como objetivo arrecadarmos fundos para ajudar a manter os nossos canais gratuitos de divulgação científica e compartilhamento de informações, dicas e materiais sobre Gerenciamento de Áreas Contaminadas (GAC) com pitadas de Economia e Meio Ambiente. Nossos canais são: essa Newsletter semanal, o Podcast Áreas Contaminadas (semanal), o Canal do Youtube ECD Training, o site/Blog da ECD (www.ecdambiental.com.br) e o Canal do Telegram. Como falei no Podcast com a Camila, nosso grande objetivo com as redes é "empoderar" vocês, uma vez que dar educação e conhecimento é dar poder. 
Explicando rapidamente como funciona, se você optar por nos financiar, vai contribuir com o valor fixo mensal que você escolheu, cobrados diretamente no seu cartão de crédito ou pagando o boleto. A plataforma é segura e, para compensar os custos, ela retém 13% do valor pago. Você pode, a qualquer momento , cancelar o apoio. Peço também que vocês indiquem o link (https://apoia.se/ecdambiental) para empresas do nosso mercado que possam se interessar em nos apoiar/patrocinar, sempre com transparência para nossos seguidores/leitores/ouvintes. Enfim, essas são as informações básicas da campanha. Mais detalhes vocês vão encontrar no apoia.se e, eventualmente, se quiserem mais informações, é só me perguntar.

Já temos 5 apoiadores, sendo 3 anônimos. Já agradeci pessoalmente, mas aqui vai um agradecimento público aos meus amigos Tatiana Sitolini e Willem Takiya!!! Obrigado pela consideração!!!!

Além dessa campanha, editamos (eu e Lillian) o Podcast #024, com Meu Amigo Charles, coração e alma da ECD (250 pessoas já ouviram, ouça lá também: https://www.youtube.com/watch?v=C0eWJQxf7wk), gravamos mais alguns, participei como ouvinte da 2ª Etapa do curso da CPRH, dei aula na UNESP, revisei um artigo científico de um amigo e atuei como Consultor de duas Consultorias de amigos, ajudando eles a fazer planejamentos de investigação. Isso tem sido realmente muito legal. Fora planejamento e preparação de aulas, etc, etc. Sobre as aulas na UNESP, têm sido muito desafiador e interessante, pois os alunos, na grande maioria, não têm vivência ou experiência com GAC, embora todos tenham formações sólidas e estejam fazendo Mestrado ou Doutorado, então, a linguagem muda, o que me tem feito preparar melhor as aulas

Como tema técnico de hoje, gostaria de relatar alguns casos que vi essa semana, conversando com muitos amigos em diferentes contextos. Um antigo posto de combustíveis no interior de SP (Sudoeste), um grande posto ainda ativo também no interior de SP (Oeste), um posto pequeno ativo na Região do ABCDM, uma indústria antiga desativada na RMSP que manipulou solventes, uma indústria ativa na Região do ABCDM também com solventes clorados. O que todos esses casos têm em comum? Um persistente e insistente "rebound", que nada mais é que "a volta dos que não foram". Ou seja, as contaminações nunca foram "eliminadas", o problema é decorrente da métrica utilizada para verificar a "eficácia" da medida de intervenção, que é a concentração nos poços de monitoramento. Gostaria que vocês assistissem novamente o meu vídeo sobre o "Poção" (https://www.youtube.com/watch?v=MSlchC1ayEY) , onde eu explico que os poços não afogados de seção filtrante longa não fornecem dados que permitam as tomadas de decisão. Especificamente nos casos dos postos de combustíveis, considerar que o Pancake Model exista é também um erro muito grave nas tomadas de decisão sobre as remediações, conforme temos discutido aqui há bastante tempo. Qual deveria ser então a métrica? Na minha opinião, a eventual redução da massa. Para constatar essa redução, é essencial entender a quantidade e a distribuição da massa, e como essa massa se relaciona e particiona para o meio. Como coletar esses dados que permitam a quantificação/distribuição da massa? Há algumas ferramentas que podem ser usadas, como MiHPT ou OiHPT, mas eu recomendo algo mais "raiz", que eu considero mais eficiente, que é a amostragem de solo. Na próxima Newsletter pretendo detalhar um pouco mais essa ideia, mas peço que, enquanto isso, vocês leiam o meu artigo aqui: https://aguassubterraneas.abas.org/asubterraneas/article/view/29735 . Nesse artigo eu falo sobre a necessidade da amostragem de solo para a investigação de áreas contaminadas e mais, explico como deve ser feita essa amostragem, pois não basta ir com qualquer ferramenta tentar fazer, pois os dados coletados não seriam representativos sem os devidos cuidados. Leiam por favor. Destaco um trecho, que pode ser importante para quem esteja tentando convencer o cliente (interno ou externo) da importância da quantificação de massa:
"(...) autores tenham ressaltado a importância da amostragem de solo na zona saturada para a investigação, especialmente nas áreas fonte, onde mais de 90% da massa está imobilizada no solo (PAYNE et al, 2008; PITKIN, 2008; PARKER et al., 2008; CHAPMAN e PARKER, 2011; STROO et al. 2012; SALE et. al., 2013; RIYIS et al., 2015; SUTHERSAN et al, 2015; ITRC, 2015;VILAR et al, 2018)"
Então, há bastante referências para corroborar o fato que sempre observamos nas investigações, que mais de 90% da massa está imobilizada nas zonas de armazenamento (argilas), portanto, temos que ir atrás dessa massa, sob a pena da concentração sempre voltar, pois nem arranhamos a superfície do iceberg da contaminação.

Como tema "Ambiental", gostaria de falar com vocês sobre o New Green Deal. O seu nome refere-se ao "New Deal", que foi um programa econômico aplicado pelo Presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt na década de 1930, durante a Grande Depressão para acelerar o crescimento econômico a partir das ideias de John Maynard Keynes, baseado no investimento maciço do governo em obras públicas de infraestrutura, controle de preços básicos, garantias trabalhistas e de geração de emprego . Essa política, de "intervenção" estatal para o desenvolvimento econômico a partir da geração de empregos ainda é chamada de "keynesiana", que, como sabemos, seu certo em muitos lugares, especialmente nos EUA Pós-Grande Depressão e possui um imaginário coletivo por lá de sucesso. O Green no termo foi cunhado pela deputada estadunidense Alexandra Ocasio-Cortez para combater a "Grande Depressão" do século XXI, que é a crise ambiental que vivemos, tendo o aquecimento global como grande expoente. O objetivo proclamado do New Deal Verde é transportar "o mundo inteiro rumo a uma economia de zero emissões de carbono até 2050". O governo dos EUA deveria "pilotar a criação qualificada de postos de trabalho em pesquisa ambientalista e nas energias renováveis". Ar limpo, água não poluída, comida saudável são definidos "direitos humanos fundamentais". Para alcançar os objetivos, o principal instrumento é um "plano de mobilização de dez anos" que deve garantir que "100% da energia elétrica seja gerada a partir de fontes renováveis". 
O Green New Deal, então, pretende combinar a abordagem econômica de Roosevelt com orientações de vertente ambientalista, como a implementação gradual das energias renováveis e a eficiência de recursos. A forma de alcançar estes objetivos seria o princípio do New Deal original: controle estatal da economia de maneira a favorecer o investimento empresarial em setores como o das energias renováveis. Uma vez que as atividades econômicas são cada mais impactantes no ambiente e a sua tendência para o monopólio e a busca incessante por mais lucro só aumentam a destruição do planeta, a configuração atual da economia é insustentável e qualquer alternativa à mesma terá que ser revolucionária. Ganha terreno, então, a visão de um futuro em que as sociedades vivam dentro das suas possibilidades ecológicas, com economias abertas, mas localizadas, e em que os recursos sejam distribuídos mais justamente, que permitam às pessoas viver em comunidade e de modo frugal, como o Bem Viver e o Decrescimento, que sempre comentamos aqui.
Sobre esse tema, recomendo os links:


Nessa semana entraram muitos novos amigos e amigas na nossa Newsletter, graças à divulgação da minha amiga Larissa Macedo. Obrigado, Lari!!!!!. Um salve para os novos membros: Natalia, Igor, Joyce, Ramon, Ana, Ronni, Leonardo, Débora, Caroline, Ana Beatriz, Vivian e Cesar. Bem-Vindos!!!!

Vamos agora às principais notícias e dicas da semana:


1. O Episódio #024 do Podcast, foi uma entrevista com "Meu Amigo Charles", editado por Lillian Koreyasu Riyis. Charles é um grande amigo, muito querido por todos aqui na família ECD, incluindo vários ex-companheiros de trabalho, fornecedores, clientes, etc. Recebemos muitas mensagens de apoio e elogio ao Charles, pela sua extrema competência, capricho, talento, inteligência e capacidade profissional. Como já tenho falado repetidas vezes, ele me ensinou quase tudo o que eu sei sobre trabalhos de campo e ele é o coração e a alma da ECD, por causa dele fomos de uma empresa de sondagem que "fazia furo" para uma referência na coleta de dados para investigação de áreas contaminadas. Além de tudo isso, as histórias que ele conta nesse episódio são maravilhosas, e mostram sua resiliência, competência e trajetória de superação, enaltecendo ainda mais sua capacidade. Vale a pena ouvir esse exemplo de ser humano. As histórias são tão boas que teremos a 2ª parte dessa entrevista nessa próxima semana


2. Muitas vezes nos deparamos com a pergunta: esse metal dissolvido na água subterrânea é natural ou antrópico? Preciso remediar ou é "assim mesmo"? Há várias linhas de argumentação que devem ser seguidas para corroborar qualquer uma das hipóteses, mas aqui tem um documento interessante da EPA que pode ajudar nessa argumentação (dica de Paulo Negrão): https://cfpub.epa.gov/ncea/erasc/recordisplay.cfm?deid=347774

3. Postagem muito interessante do Labfinder @labfinderbr no Instagram: https://www.instagram.com/p/CFIF3DLDt2-/

4. Aula interessante do André França no Canal Direito Ambiental Descomplicado: https://www.youtube.com/watch?v=0cSSJFebCx8

5. Uma história maluca de indústria impedida de operar em decorrência de sua área contaminada. Obviamente, ao lermos a notícia, dá pra termos muitas ideias para a solução, mas é muito interessante entendermos a complexidade e a dificuldade da comunicação de risco e do envolvimento das partes interessadas na questão. Além, obviamente, da gravidade dos danos à saúde humana e ao meio ambiente. Dica de Marcos Araújo: https://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2020/09/08/justica-trabalhista-determina-que-farmaceuticas-deixem-de-explorar-area-contaminada-em-cosmopolis.ghtml

6. Vaga na Walm, não diretamente ligada à nossa área, mas tem muitos geógrafos que nos leem e podem se interessar: https://www.linkedin.com/posts/walm-engenharia-e-tecnologia-ambiental_vaga-para-consultor-em-socioeconomia-na-walm-activity-6720434866355355648---kk/

7. Aqui falamos muito de Decrescimento, no Linkedin tem um grupo que fala disso: https://www.linkedin.com/groups/4454449/ 

8. Nesse tema, assisti a um vídeo curto, em inglês, muito esclarecedor sobre Economia Ecológica. Totalmente relacionado com o texto do New Green Deal acima e o decrescimento. É legendado e fácil de compreender: https://www.youtube.com/watch?v=AW8DRbTF5CM&feature=emb_logo


10. Ainda sobre dados, uma notícia engraçada que meus amigos Atila, Calvin e outros vão adorar: um erro fez o Reino Unido perder 16 mil casos de Covid-19. Esse erro foi causado por limitação do Excel, que não deveria ser usado para esse número de dados: https://www.theverge.com/2020/10/5/21502141/uk-missing-coronavirus-cases-excel-spreadsheet-error

11. Sobre dados, Covid, etc, recomendo o portal Brasil.io : https://brasil.io/manifesto/

12. Dica da Cristina Maluf, um documentário na Netflix feito por David Attenborough. Conheça mais desse famoso ambientalista: https://www.bbc.com/portuguese/geral-54389143 e https://pt.wikipedia.org/wiki/David_Attenborough

13. Pela primeira vez em 157 anos, a Revista Scientific American declara apoio a um político em campanha. Por conta do negacionismo e do anticientificismo de um dos candidatos, a Revista escolhe o seu lado, oposto ao negacionismo.  https://www.scientificamerican.com/article/scientific-american-endorses-joe-biden1/

14. Dica de Sergio Ogihara, o documentário Solo Fértil na Netflix. O tema tem tudo a ver com o livro Colapso, que já citei aqui diversas vezes e será objeto de uma resenha mais detalhada em breve. A perda do solo (fértil) é uma das principais causas do colapso das civilizações, e estamos avançando para isso. Assistam aqui: https://www.netflix.com/br/title/81321999

15. Semana passada assisti com meu filho e esposa, na Netflix, o filme Enola, que fala da irmã menor de Sherlock Holmes.  Para além da temática esperada, o filme é muito legal e fala do empoderamento feminino em uma narrativa paralela. Janaína Gama, nessa postagem do Linkedin, separa uma fala do filme muito interessante, quando uma ativista feminista e negra dialoga com Sherlock. Recomendo fortemente que vejam a postagem e o filme: https://www.linkedin.com/posts/janaina-nolasco-gama_quando-a-realidade-nos-favorece-ser%C3%A1-que-activity-6718925721445699584-Xtq2/

16. Essa postagem é muito boa. Primeiro pela citação do Euclides da Cunha que "O Homem é um fazedor de desertos", também tudo a ver com o livro Colapso. Segundo porque enaltece o trabalho de Araquém Alcântara, grande fotógrafo brasileiro, que escreveu e ilustrou Terra Brasilis e Branco Vivo. Vi os dois livros e são fantásticos: https://www.linkedin.com/posts/dorgival-soares-da-silva-9990589_testemunha-da-beleza-e-da-destrui%C3%A7%C3%A3o-activity-6719392732323831808-x3as/

17. Esse é um texto longo, mas que vale muito a pena. É um levantamento bibliográfico de como o "Novo Normal" vem sendo moldado por quem tem interesse em uma determinada narrativa. Bem interessante: https://piaui.folha.uol.com.br/futuro-pos-pandemico/ 



Por hoje é isso. Aguardo os comentários, sugestões e críticas. Mais uma vez peço que acessem o https://apoia.se/ecdambiental para vocês conhecerem melhor a nossa campanha e, se puderem, contribuírem conosco.


Se alguém não quiser mais receber as minhas mensagens, é só responder esse e-mail com o texto REMOVER


Mais uma vez obrigado pela atenção e até a semana que vem


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